Ser deficiente não interfere em nada, podemos sair e dançar sem ter vergonha de quem somos

Quero compartilhar minha historia para que sirva de exemplo e motivação para pessoas especiais

Olá meu nome é Caroline Amarante tenho 19 anos. Quero compartilhar minha historia para que sirva de exemplo e motivação para pessoas especiais que com o apoio da família e sociedade lutam para conseguir enfrentar os obstáculos que enfrentamos diariamente.

Durante a gestação minha mãe desenvolveu a hipertensão gestacional ou mais conhecida como pré-eclâmpsia. Nasci de 6 meses com 32cm e 680 gramas, tive parada respiratória que causou a lesão no meu cérebro e afetou a parte motora, ou seja as pernas, fiquei 3 meses na UTI e quando sai do hospital o laudo médico não era favorável, eu seria uma criança tetraplégica.

Desde o segundo mês de vida faço acompanhamento com fisioterapia e fonoaudiólogo, aos 5 anos fiz a primeira cirurgia nos membros inferiores, caminhei sem auxilio de andador hospitalar aos 7 anos, fazia fisioterapia de manhã e estudava a tarde, sempre com o apoio da minha família.

E então chego a adolescência, com 14 anos fiz a quinta e ultima cirurgia, a fase mais difícil pois eu tive que escolher entre festa de 15 anos ou cirurgia, então abri mão da festa tão sonhada para ter uma vida mais independente. A cirurgia foi realizada três meses antes do meu aniversário, no dia estava tirando os pontos, comemoramos com uma festinha em casa só para a família, pois eu estava de cadeira de rodas.

Na semana seguinte voltei a estudar e pela primeira vez eu cheguei de cadeira de rodas na escola e isso não foi nenhum problema, nunca senti vergonha sempre fui em escola regular tratada como qualquer outro aluno.

Fiquei um mês na cadeira de rodas, depois comecei treinar a marcha no andador fiquei um ano e logo fui para as muletas. Já com 16 anos comecei ter vergonha de sair pra rua de muletas, eu ia apenas para a escola, e então comecei a ir na psicóloga e vi que sou muito mais forte que a minha condição naquele momento. Eu sou igual a todas garotas da minha idade, o que me faz ser diferente delas são apenas as muletas, e eu vi um lado bom em ser diferente, hoje eu saio vou para show, sou rodeada de amigos, vivo como uma menina de 19 anos vive.

Por isso estou escrevendo para mostrar que ser deficiente não interfere em nada, podemos sair e dançar sem ter vergonha de quem somos.

Caroline Amarante Caroline Amarante

Olá, meu nome é Caroline Amarante. Tenho 19 anos, sou de Canoas (RS) e estou cursando Jornalismo na UFSC (Florianópolis). Escrevo por amor e desejo mostrar a todos que ser diferente não é ser incapaz. É ser único!