Diretor de Faculdade em Criciúma volta ser acusado de assédio; outras mulheres alegam que foram vítimas

As denúncias aconteceram após o registro formal de um caso no início do ano.

Por Tcharlles Fernandes

Logo após o registro dessa imagem, a vítima registrou um boletim de ocorrência por assédio. 

Desde o dia 05 de janeiro, quando o portal Melhores Publicações colocou no ar uma matéria abordando um suposto caso de assédio sexual, tendo como acusado o diretor de uma Faculdade localizada na região central de Criciúma, outras vítimas procuraram a nossa reportagem para contar situações semelhantes envolvendo o mandatário.

Esse homem é nojento, nem deveria trabalhar na área da educação. Além disso, o que é pior, a proprietária da instituição sabe de tudo, porém não faz nada. Eu trabalhei ali, fui assediada por ele e contei o que aconteceu pra ela, mas fui demitida duas semanas depois. Enquanto eu estava trabalhando na faculdade, ele tentou me beijar várias vezes. Eu dizia que não e ele me puxava, disse a esteticista Wanessa Máximo.

A mulher alegou que além dela, o diretor sempre assediou outras funcionárias.

Uma outra ex-funcionária disse que era cercada pelo diretor nos corredores da faculdade e que ele tentava agarrá-la.

Com todas as moças que trabalhavam comigo aconteceu o mesmo. Chegou a um ponto que o diretor pedia para alguma menina fazer um serviço para ele, ninguém do setor queria só para não ser assediada, falou.

Uma funcionária que atualmente trabalha na Faculdade, contou que vive aflita e evita ter contato com o diretor.

Ele faz isso na frente de qualquer pessoa. Eu me sinto constrangida, mas fico na minha porque preciso do meu emprego. Sempre fujo dele o máximo que consigo. Pelo bem de todas nós, espero que ele deixe a função o quanto antes, contou.

Procurada sobre as acusações envolvendo o diretor, a instituição ainda não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto. 

Investigações

Por conta da denúncia formal realizada no início do ano por uma até então funcionária, a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) instaurou um inquérito para apurar os fatos.

Na denúncia, que tivemos acesso através de fontes ligadas à coordenação da instituição, a vítima contou que trabalhava na Faculdade como auxiliar administrativo e que naquele dia, o diretor chegou perto dela e a abraçou, passou a mão em sua cintura, pegou em sua mão e deu um beijo em seu rosto.

Logo em seguida, a vítima informou que o homem começou a questionar se ela tinha namorado, onde morava, qual era sua idade e lhe fez outras perguntas constrangedoras.

Na quarta-feira (16), através funcionários da Faculdade, tivemos acesso às imagens que mostram o momento em que a vítima alega ter sido assediada (vídeo nos stories da nossa página no Instagram). Um dos funcionários que nos repassou as imagens foi demitido nesta segunda-feira, dia 22.

A jovem que fez a denúncia não está mais trabalhando no local, inclusive, por conta da situação, está fazendo tratamento psicológico.

Conceito de assédio moral e sexual

O assédio moral não se confunde com o assédio sexual. Enquanto que com o assédio moral uma pessoa tem por objetivo excluir a vítima do ambiente do trabalho através do terror psicológico, o assédio sexual é caracterizado pela conduta que objetiva o prazer sexual de várias formas, causando constrangimento e afetando a dignidade da vítima.
Interpreta-se como conceito de assédio moral ações agressivas de caráter psicológico, que visam desabonar, desequilibrar, desmoralizar, fazendo com o que o ofendido tenha sua dignidade psíquica afetada. O assédio moral expõe os trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
Em relação ao assédio sexual no trabalho, percebe-se claramente a sua natureza de caráter sexual, o que auxilia no processo de identificação do crime. É importante destacar que não é necessário que a vítima ceda ao pedido, prestando o favor de conotação sexual para que se consume o crime. Basta apenas a constatação do constrangimento, podendo os assediados e assediadores serem homens ou mulheres.

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