Um detento, ainda não identificado, foi encontrado morto dentro do Presídio Regional de Criciúma nesta sexta-feira, dia 15. De acordo com informações preliminares, a vítima foi morta com socos, chutes e teria sido asfixiada. Segundo um Policial Penal (PP), que não quis ser identificado, houve negligência do Estado.
Colocaram o preso junto com presos de facção gaúcha. Há uns 15 dias atrás tinha dado uma briga lá na ‘Galeria E’ e a borrachada comeu solta. Aí os presos envolvidos na briga que ocasionou esses disparos subiram pra triagem de castigo. Alguns deles estavam nessa cela onde aconteceu o assassinato, disse.
Atualmente, com capacidade para 750 pessoas, o Presídio Regional de Criciúma, localizado no bairro Santa Augusta, conta com 1.083 presos. Isso representa cerca de 45% a mais que o recomendado.
Diante do descaso do Estado, os próprios presos estão tendo que abrir novas vagas no sistema. Os detentos da cela chamaram os agentes porque um deles estava estarrado no chão, entre os beliches. Foi chamado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), porque é procedimento, mas o homem já estava morto. Um dos presos assumiu o homicídio e disse: abrimos uma vaga, informou o PP.
Em conversa com o agente, ele afirmou que o Estado tem culpa na morte do homem.
A começar pelo número de presos por cela. E colocar preso primário com preso faccionado que estava de ‘castigo’. Eles matam pra derrubar a Direção e pra chamar atenção pela situação que está o presídio. Tem cela com 19 presos, sendo que a capacidade seria para 8, contou.
Em contato com a juíza Débora Driwin Zanini, titular da Vara de Execuções Penais (VEP) da comarca de Criciúma, e a Magistrada informou que soube do caso nesta manhã, através da Direção do Presídio.
Vamos autuar o procedimento, com pedido de explicações pela Unidade, (com pedido de) vista ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Defensoria Pública (DP) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Tudo feito, será mandado o processo para o Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF), orgão colegiado do qual faço parte, para julgamento com todos os membros, falou a magistrada.
O advogado criminalista Thalys Ricardo Batista, Presidente da Comissão de Assuntos Prisionais, ele informou que a OAB/SC – Subseção de Criciúma, já tomou conhecimento do crime.
Por ser algo extremamente recente eles [responsáveis pela unidade] estão analisando, apurando o que foi que de fato aconteceu. A OAB, juntamente com a unidade, vai seguir acompanhando o caso para tentar entender o contexto do porquê desse homicídio, comentou.
Fonte: Canal Criciúma
